“FAMILIA”
É COMO GALHOS DE UMA ARVORE, TODOS CRESCEMOS EM DIREÇÕES DIFERENTES, MAS A NOSSA RAIZ CONTINUA SENDO A MESMA.
Conceito de família
Família é, para a Sociologia, uma instituição social tão antiga quanto os primeiros registros pré-históricos da humanidade, que datam de antes de 10.000 anos a.C. A família, além de uma antiga instituição social, é um agrupamento de seres humanos, que se unem pelo laço consanguíneo e pela afinidade, ou seja, a família é composta por pessoas que têm o sangue em comum ou que se unem porque gostam umas das outras.
Após a Revolução Industrial, algumas mudanças começaram a abalar o modelo patriarcal de família. A principal mudança foi a inserção, mesmo que de início pequena e regulada, da mulher no mercado de trabalho. Com a possibilidade de a mulher trabalhar fora de casa (isso aconteceu fortemente nas classes mais baixas, pois a renda obtida por um homem trabalhador industrial não era suficiente para sustentar a família), o modelo patriarcal de família começou a se desfazer.
Família contemporânea
Hoje a configuração familiar é diferente da configuração patriarcal, podendo haver uma família com duas mães.
Nos dias de hoje, podemos encontrar famílias mais tradicionais, que seguem o modelo patriarcal, mas também encontramos muitas famílias que não se enquadram nesse modelo. Temos famílias em que as mães e os pais trabalham fora, famílias em que as mães trabalham fora e os pais cuidam da casa e dos filhos, famílias compostas por dois pais ou duas mães homossexuais, famílias compostas apenas por irmãos órfãos ou somente por avós e netos, famílias compostas por tios e sobrinhos etc.
No Brasil, por exemplo, são muito comuns famílias compostas por apenas uma mãe e seus filhos ou seu filho único. Em alguns casos, o pai faleceu ou está desaparecido ou ainda resolveu sair de casa e interrompeu o contato com a família. Às vezes o pai nem chega a conhecer os filhos.
Seja como for, com pai, mãe e filhos, somente pai e mãe, dois pais, duas mães, tios e sobrinhos, avós e netos, pais solteiros, mães solteiras, apenas irmãos, enfim, a família deve ser reconhecida como núcleo de importância perante a sociedade. É necessário que o Estado proteja qualquer formação familiar, garantindo às pessoas que compõem as famílias, por mais diferentes que elas sejam dos modelos patriarcais, o direito à proteção. O respeito e a tolerância às diversas formações familiares são as bases para a garantia de um futuro melhor para a nossa sociedade.
Adoção
A adoção é um tema de extrema importância para a compreensão da família contemporânea. Muitos casais não podem ter filhos biológicos; alguns casais, com filhos ou sem, optam pela adoção, e até pessoas solteiras que querem experimentar a maternidade ou paternidade podem adotar crianças.
Essa ação beneficia ambas as partes (quem adota e quem é adotado), pois dá ao adotante a experiência de ter um filho ou uma filha, ao mesmo tempo em que proporciona um lar e, mais do que isso, um núcleo familiar a uma criança órfã ou que necessita de uma família que a acolha e proteja.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, existem 47 mil crianças acolhidas em lares no Brasil. Destas, apenas 9,5 mil estão inscritas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Isso ocorre porque muitas dessas crianças acolhidas têm a família de origem (pai ou mãe) e outros familiares. A inclusão da criança desamparada no CNA somente acontece se houver uma tentativa de retorno da criança aos cuidados de sua mãe ou pai (ou de outros parentes, como avós, tios e irmãos) que não dê certo.
Muitas crianças e adolescentes necessitam de adoção e esperam por esse ato por muito tempo. A adoção é um ato de compaixão que precisa ser ainda mais difundido para que tenhamos uma sociedade mais justa, que garanta às crianças e adolescentes o direito ao crescimento em lares que lhes proporcionem carinho e afeto.
A adoção legal é um direito que deve ser concedido a qualquer casal, desde que haja condições para criar os filhos adotivos.
Dados sobre a família no Brasil
Nos últimos anos, as famílias com formação não tradicional têm crescido nas estatísticas brasileiras. Os dados apresentados a seguir retratam as novas configurações familiares. Veja:
Idosos que ligam para conversar.
Nesses tempos de pandemia, e mesmo antes, a solidão vem rondando a vida dos idosos com muita força. Não por acaso, eles necessitarem de nossos afetos no cuidado de si. Gostariam que o leitor entendesse que o envelhecimento não é uma fase da vida. É, sobretudo, um modo de vida!
Então, sem os estigmas, como: velho é teimoso, velho é chato, velho é lento, velho repete, eles podem até ser tudo isso, mas porque temos dificuldades de compreender que seus sentimentos, seu modo de pensar e suas atitudes reescrevem um modo de vida que quebra os protocolos e foge dos nossos modelos de controle disciplinares. Por isso achamos estranho e incomoda-nos, pois temos pouca ou nenhuma habilidade para lidar com eles.
Primeiro, não gostamos de nos reconhecer velhos. Sofremos da síndrome da eterna juventude. Para cada um de nós, em nossas singularidades, o velho é sempre o outro. Segundo, temos dificuldades de entender que o tempo do velho é outro. Nele a afetividade é maior que as cronologias das idades, por isso um abraço sincero, um dormir coladinho, um minuto de escuta de suas repetidas narrativas são ganhos. Então, escutar uma música, mesmo com baixa audição; assistir a um filme, ou lembrar-se dele, mesmo com pouca visão; ou lembrar-se da brincadeira de infância, mesmo enfrentando demência senil, faz parte de seu repertório e trilhas de afetividade nas bordas da sua trajetória de vida.
Fica a dica:
Tomar o café da tarde relembrando esses momentos ativa a memória afetiva dos idosos e distancia-os da solidão.